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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

HOMENAGEM PARA ANA FLOR, DO BOLG ANIME-C


POSTO AQUI NESTE BLOG, UMA CÓPIA FIEL DO POST DO BLOG ANIME -C DE ANA FLOR, PESSOA ESSA QUE MESMO SEM SABER ME DEU O MAIOR INCENTIVO DO MUNDO ANTES, DURANTE E DEPOIS DO MEU TRATAMENTO. ANA FLOR, EU SOU SEU FÃ!!!!
Sendo feliz, apesar da hepatite C
Posted: 23 Oct 2012 05:16 PM PDT
Receber o diagnóstico de uma doença grave como a hepatite C é um choque para a maior parte das pessoas. Medo, angústia e raiva são alguns dos sentimentos comuns nesse momento. A partir daí, algumas pessoas precisarão mudar seu estilo de vida, incluindo parar de ingerir álcool e começar a ter uma rotina de exercícios físicos. Algumas terão de fazer o tratamento, outras não. Algumas terão sucesso com o tratamento, outras não. Algumas terão de ser submetidas ao transplante, outras não.

Se vamos morrer?? Claro que sim, todo mundo morre um dia! Pode ser amanhã atravessando a rua, pode ser daqui a 50 anos. Com hepatite C ou sem hepatite C.

A decisão que se tem a tomar é: como vamos viver a vida que temos? Nos lastimando por causa dessa doença? Ok, é uma droga, mas deixaremos que isso estrague os lindos [e muitos!] dias que temos pra viver?

Se você é leitor do Animando-C e acompanha e minha história, sabe que EU não deixo que a hepatite C estrague nada na minha vida. Claro que tenho meus medos, como todo mundo. Mas eles não me dominam. Não são eles que controlam a minha vida. Quem controla minha vida sou eu.          

O medo não me domina.


E é por isso que ando meio sumida por aqui, como já expliquei para vocês no final do post Hepatite C e estratégias para manter-se saudável. Com uma rotina diária puxada, não resta muito tempo para que eu possa escrever novos posts para o blog com a frequência que eu gostaria. Também não tenho novidades em minha vida em relação à hepatite C para compartilhar: faço os exames de controle a cada seis meses e os resultados têm sido estáveis. Enquanto continuar assim, vou aguardando o lançamento de novos remédios em fase relativamente avançada de pesquisa, com previsão de fazer o retratamento em 2014.

Apesar disso, o blog continua ativo, com cada vez mais leitores e muitos feedbacks incríveis que enchem meu coração de alegria e mostram que todo o trabalho que tive nesses anos de Animando-C valeu a pena. É muito gratificante saber que coisas que escrevi lá em 2009 continuam ajudando as pessoas até hoje.

Hoje venho compartilhar com vocês mais uma conquista desse meu projeto de ser feliz a cada dia, apesar da hepatite C. Vocês já leram aqui no blog como foi a primeira grande aventura nesse sentido: minha viagem para Nova York em 2010 para assistir ao show dos New Kids on the Block. Desde lá, muitas têm sido as conquistas: grandes e pequenas. Dessa vez, acabo de voltar da Disney com a minha filha, onde passamos 10 dias totalmente mágicos!

Hepatite C, a gente está preparado pra lutar (rs).
Eu, que não conhecia a Disney ainda, chorava de emoção sem parar. Não teve um dia sequer de parque que eu não tenha chorado no mínimo umas três vezes. E agradeci muito a Deus por aquela oportunidade. Ver minha filha sendo tratada como princesa por onde passava, divertir-se nos brinquedos, jantar no castelo da Cinderela na companhia das princesas DE VERDADE, dançar com o Woody, Stitch e Tico e Teco, os sorrisos, os olhos brilhando... tudo isso valeu cada centavo que eu gastei para concretizar essa viagem, com as dificuldades que só eu sei - e também só eu preciso saber (rs).

Compartilho com vocês o que escrevi para meus amigos quando cheguei:

Tem a tristeza de voltar, mas tem a alegria de estar em casa com quem a gente ama. We are back! A gente passa por muitas coisas na vida, mas tem algumas coisas que passam por nós transformando-nos de alguma forma, marcando-nos de uma forma especial. Muita gente achava que a Amanda era muito nova pra ir pra Disney agora. Se elas vissem o quanto ela curtiu cada segundo, a experiência de ter sido tratada como princesa de verdade e o encontro com os personagens DE VERDADE, perceberiam que foi a hora certa. Em certo momento ela até teve dúvidas se alguns personagens eram reais, porque "eles não piscavam o olho". Até que ela os viu piscando. Imaginam a felicidade dessa criança ao ver um piscar de olho? Pra ela significava: era tudo verdadeiro! E alguém aqui poderia dizer o contrário? Não há nada mais verdadeiro que tudo aquilo lá!
Se eu mentia pra minha filha? Em momento algum! Ela perguntava: 
"- É o Nemo de verdade, Mamãe?"
Eu respondia: "- Parece de verdade pra vc?"
"- Parece."
E eu: "- Pra mim tb parece."
Aliás, era o Nemo de verdade mesmo. ;)


E adivinhem o que eu pedi quando joguei minha moedinha no poço encantado da Cinderela?
A minha cura, claro!


Então, se existia alguma dúvida de que um dia eu ficaria curada, agora não existe mais. Porque até quem não acredita em mágica passa a acreditar depois que conhece a Disney. Que a Medicina faça o seu papel e, se ainda assim não adiantar, que se faça a mágica! Porque esses dias na Disney só me fizeram confirmar o que eu já sabia: sonhos podem se realizar...



When you wih upon a star
When you wish upon a star Makes no difference who you are Anything your heart desires Will come to you If your heart is in your dreams No request is to extreme When you wish upon a star As dreamers do Fate is kind She brings to those who love the sweet fullfillment of their secret love Oh, Like a boat out of the blue Fate steps in and see's you through When you wish upon a star Your dreams come true If your heart is in your dreams No request is to extreme When you wish upon a star As dreamers do Woah, when you wish upon a star Your dream comes true... mmmm

sábado, 6 de outubro de 2012

FINAL DE TRATAMENTO

Dia 23 de setembro terminei meu tratamento da Hepatite C!
Foram seis meses ininterruptos de disciplina, interferon, ribavirina , e muitos problemas.
Agradeço a Deus, a Drª Lourdes Borzakov, e ao meu fiel escudeiro Wálter(meu filho) que me deram força, apoio e incentivo para lutar e vencer.
Agora, é só aguardar o resultado do PCR quantitativo, e viver a vida!!!!

EXISTE A CURA DA HEPATITE C?


Existe a cura da hepatite C?


Muitos pacientes se perguntam se existe a CURA da hepatite C. Para explicar isto vamos fazer uma pequena viagem pelo mundo da medicina, entendendo que praticamente nenhum medicamento cura 100% dos pacientes de qualquer doença. Isto se aplica tanto para medicamentos como para vacinas. Uma parte dos indivíduos tratados não consegue a cura ou, no caso das vacinas, não consegue imunidade. 

A razão pela qual alguns pacientes conseguem vencer uma doença e outros não, pode derivar de diversos fatores, desde o nível de defesas de um indivíduo, a atividade de seu sistema imune, o avanço da doença no momento do tratamento, a sua idade, o fato de sofrer de outras doenças ao mesmo tempo, até uma alimentação pobre, deficiente, que não fornece os nutrientes necessários ao organismo. 

Se falarmos de câncer, e como exemplo podemos citar o câncer de mama nas mulheres ou o câncer de próstata nos homens, sabemos que ambos podem ser tratados e têm cura. No entanto, muitas pessoas não conseguem resultados e acabam morrendo. Isto não invalida afirmar que estes tipos de câncer têm cura. Ora, no caso do câncer todos concordam que existe cura e que vale a pena tentar o tratamento, assim como todos aceitam que alguns não conseguirão a cura. 

A hepatite C é uma doença descoberta muito recentemente, existindo apenas 22 anos de conhecimento acumulado no assunto, e isto cria muita confusão, já que alguns indivíduos, sem o devido conhecimento cientifico, levantaram inverdades sobre a doença. Pobre do paciente que descobre estar infectado e ao procurar informações na internet acaba entrando em uma comunidade virtual ou grupo de discussão onde a maioria dos participantes somente fala dos males que causa a doença, dos sofrimentos com o tratamento e da morte de conhecidos. Em muitas dessas comunidades virtuais somente se fala de assuntos negativos e pessimistas. Aqueles que trataram e conseguiram a cura sem maiores problemas raramente participam dessas comunidades, pois nada tem para se queixar, assim, para quem está procurando informação pensará que tudo será ruim com sua nova doença. 

Quando falamos na resposta com o tratamento, o grande problema é o teste de carga viral. Até pouco tempo, somente existiam testes de carga viral com pouca sensibilidade. Porém, a cada dia aparecem testes de carga viral que conseguem detectar um número menor de vírus. Hoje, já estão facilmente disponíveis testes que conseguem detectar e dar um resultado como positivo quando se encontram míseros três unidades (UI) de vírus por mililitro de sangue. 

O ideal seria dispor de um teste que, na presença de somente 1 vírus mostrasse um resultado positivo. No entanto, quando nos referimos à hepatite C, geralmente falamos em milhões de vírus por mililitro (em alguns casos já foi observado até um bilhão por mililitro de sangue), e assim o valor de três UI do vírus é realmente muito pequeno. 

Quando se encontram menos vírus daquele considerado como mínimo nos testes de detecção empregados ou não se encontra nenhum, o resultado do teste aparece como indetectável, palavra corretamente usada já que, restando a dúvida se existem menos vírus que a capacidade de detecção, não poderia ser usada a palavra negativo. 

Para se ter certeza que o vírus foi totalmente eliminado e o paciente está curado é necessário aguardar seis meses depois de terminado o tratamento, para se conhecer se este alcançou um resultado sustentado, ou seja, que se manteve estável, sendo preciso realizar um novo teste de carga viral. Então, por precaução, durante muitos anos usou-se o termo controle da infecção. Na última década, centena de milhares de pacientes de todo o mundo conseguiram sucesso no tratamento, alcançando o ansiado resultado sustentado aos seis meses após o final do tratamento. 

Mas, o que aconteceu com esses pacientes? Hoje, temos uma série de estudos que acompanham pacientes como esses para saber se o vírus voltou a replicar, ou seja, se o paciente voltou a ter um resultado positivo no teste de carga viral. Os resultados de diferentes estudos mostram que, após 10 anos do final do tratamento, entre 98 e 99% dos pacientes que apresentaram resultado sustentado aos seis meses após o tratamento continuam com o vírus indetectável. Outros estudos já acompanham pacientes com mais de 15 anos de realizado o tratamento, e o vírus continua indetectável. 

Como o vírus da hepatite C é de rápida replicação (um portador produz trilhões de vírus por dia), seria de se supor que, caso tivesse ficado algum vírus no organismo do paciente, já teria tido condições de se reproduzir acima do valor de detecção dos diversos testes de carga viral existentes. Isto acontece com alguns pacientes nos primeiros seis meses após o tratamento, porém, ao se estudar o que acontece nos que se encontram indetectáveis aos seis meses, verificou-se que menos de 1% replicaram nos anos seguintes. 

Com o resultado encontrado nestes estudos é que se passou a usar a palavra CURA na hepatite C, podendo-se afirmar que o vírus não se reproduz porque foi eliminado totalmente do organismo. 

Os céticos e alguns portadores revoltados, porque não conseguiram sucesso no tratamento, irão contestar o uso da palavra cura, porém não podemos nos basear em casos individuais e sim observar o que acontece com grandes grupos de tratados, com o total dos infectados. 

Os que conseguimos a cura e continuamos vivos, sem o vírus atacando nosso fígado e, ainda, com o fígado se regenerando, somos exemplo que a cura existe. No meu caso estou curado desde 1997, já faz 15 anos. 

Carlos Varaldo

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

RESULTADO PCR 12ª SEMANA DE TRATAMENTO

Hoje pela manhã, recebi meu resultado do PCR Quantitativo feito na 12ª semana de tratamento e fiquei muito feliz com o resultado:INDETECTÁVEL!!!!!!
Faltando 6 semanas para o final do meu tratamento, pois já foram 18 semanas de Interferon Peguilado e Ribavirina, só tenho a agradecer a DEUS, a minha médica infectologista Drª Lourdes Borzakow e ao meu fiel escudeiro Wálter, meu filho, que em momento nenhum do tratamento me abandonou ou sequer reclamou da situação impar a qual ele foi obrigado a enfrentar.
Muito obrigado a todos que ficaram  pelo apoio, pois durante esta luta tive mais perdas do que apoio, e aprendi mais uma vez a separar o "joio do trigo".
Não guardo rancor destas pessoas, pelo contrário, tenho muita pena delas, pois na primeira adversidade, correm e discriminam por desconhecer e o pior, não querer aprender sobre a doença, preferindo acreditar em lendas e mitos!
Aos que desertaram, boa sorte e aos que ficaram comigo, vocês são VENCEDORES!!!!

sábado, 28 de julho de 2012

DIA MUNDIAL DA HEPATITE C 2012


Posted: 28 Jul 2012 12:24 PM PDT
Hoje, 28 de julho, é o dia mundial de luta contra as hepatites virais.

Mais do que a luta diária de quem convive com a doença, é fundamental a luta para quebrar o silêncio existente em torno dela: as pessoas precisam saber que as hepatites estão muito mais perto do que elas pensam.



A hepatite pode estar ao lado... e também pode estar conosco, sem que sequer imaginemos isso. Uma vez que, na maior parte dos casos, as hepatites B e C não possuem sintomas, 95% dos infectados ainda não conhecem seu diagnóstico.  

Esse é o tema da campanha da Aliança Mundial das Hepatites para o Dia Mundial da Hepatite 2012.
Assista o vídeo e reflita: 


terça-feira, 1 de maio de 2012

FIBROSCAN (MATÉRIA PUBLICADA NO BOLG ANIME-C


EstES



Posted: 29 Apr 2012 05:13 PM PDT
Portadores de hepatite C crônica devem, regularmente, medir o grau de fibrose no fígado para acompanhar a progressão da doença. Com base nesse resultado, tem-se a indicação ou não para o tratamento da hepatite: no Brasil, são contemplados pelo protocolo do SUS os portadores que tenham grau de fibrose F2 ou maior - a escala vai até F4, que corresponde à cirrose. Ou seja, se seu resultado for inferior a F2, não é necessário realizar o tratamento ainda - o que é motivo de comemoração, porque quer dizer que seu fígado ainda está sadio e que você pode esperar o lançamento de medicamentos menos agressivos, que já se encontram em testes.

Leia também:

Até o ano passado, a única forma de verificarmos o grau de fibrose do fígado era a biópsia hepática - exame geralmente temido pelos pacientes por se tratar de uma técnica invasiva e com alguns riscos, como o de perfuração de outros órgãos acidentalmente.  

A partir de 2011, já podemos realizar no Brasil* a elastografia hepática por meio de um aparelho chamado Fibroscan, aprovado pela Anvisa. Estudos mostram que o grau de confiabilidade desse exame na medição da fibrose é muito alto (já na verificação da esteatose - gordura no fígado - os testes ainda não foram conclusivos). 

* Como a elastografia transitória ainda não está disponível pelo SUS, apenas os brasileiros que têm condições de arcar com custos de R$ 1.300,00 a R$ 2.000,00podem realizá-lo por enquanto. Como o aparelho é muito caro (em torno de 80 mil euros, ou seja, aproximadamente R$ 200 mil), poucas clínicas oferecem o exame no Brasil: veja aqui onde você encontra o Fibroscan em nosso país.



Como funciona o Fibroscan?

Sem agulha, sem dor, sem riscos. O exame é similar a uma ultrasonografia, em que ondas são enviadas pelo fígado e faz-se a medição de quanto tempo elas levam para atravessá-lo. Explicando de uma forma simplista: quanto mais molinho o fígado estiver, mais saudável e mais tempo as ondas levarão para percorrê-lo; quanto mais fibroses, mais duro estará o órgão e assim as ondas o percorrerão mais rapidamente. 

O exame é muito rápido, levando em média 15 minutos. Ao final, o resultado é mostrado na hora, em números: 
  • de 0 a 10 - fígado sadio
  • de 10 a 40 - diferentes graus de fibrose
  • acima de 40 - cirrose 

Minha experiência

Realizei o exame há duas semanas na clínica Pró-Fígado, em São Paulo. O Dr. Hoel Sette, hepatologista que dirige a clínica e médico que realizou meu exame, é um excelente profissional na área das hepatites, atuando também em transplante de fígado. Ele possui uma característica que considero muito importante: paciência e disponibilidade para explicar para pacientes curiosas, como eu, tudo sobre o exame. 

Foi realmente muito tranquilo. A única coisa que sentimos na hora são batidinhas de leve onde o equipamento é posicionado (veja nas fotos abaixo). Então, se você puder arcar com os custos do exame, recomendo. Vale até fazer uma vaquinha com os parentes e amigos para ajudar com as despesas, inclusive da viagem, se não houver uma clínica onde você mora. 




É claro que a última palavra é sempre do seu médico assistente: é ele quem decide se o Fibroscan poderá substituir a biópsia em seu caso. Isso porque, apesar dos estudos mostrarem a confiabilidade do exame, em alguns casos a biópsia pode ainda ser necessária, conforme publicado pelo Grupo Otimismo neste mês - veja aqui.

Mas os leitores que acompanham esse blog há algum tempo devem estar se perguntando: e o resultado?
O resultado do meu exame, meus amigos, foi a melhor parte: 5,9 - ou seja: fígado sadio, equivalente a F0/F1. "Fígado de bebê", como escrevi aos familiares e amigos na mensagem que mandei do consultório mesmo, ainda com lágrimas nos olhos.  



Fiquei muito emocionada pela regressão da fibrose, que suponho se dever ao período de tratamento em 2008/2009 - em que a baixa na carga viral, mesmo sem negativação, implica menor agressão ao fígado -,  também ao meu estilo de vida (cuidado com a alimentação, exercícios físicos e fuga do stress sempre que possível) e, claro, a Deus acima de tudo. 

Isso significa que não tenho indicação para retratamento por enquanto e posso continuar levando minha vida normalmente. A propósito, vocês já viram no outro blog o que eu ando aprontando? Dê uma passadinha por lá e veja as fotos e vídeo da minha aventura nas cavernas de Terra Ronca. Isso é para lembrar que a hepatite C é grave, inspira cuidados, mas que a vida é boa demais para que a desperdicemos lastimando termos sido infectados. Carpe diem!



Curiosidade: a técnica da elastografia transitória foi inicialmente desenvolvida para verificar a qualidade de queijos brie, sendo posteriormente transposta pelos pesquisadores para o uso humano na medição da fibrose hepática. 
Posted: 29 Apr 2012 05:11 PM PDT
Fibroscan é o aparelho no qual realizamos o exame elastografia transitória hepática, que mede a fibrose do fígado de forma não invasiva, substituindo a biópsia hepática. Confira abaixo os lugares em que o exame é realizado no Brasil. 

Momento em que eu realizava o exame, em abril de 2012.

Leia também neste blog: 

São Paulo

  • Pró-Fígado Dr. Hoel SetteRua Mato Grosso, 306 (Cj 804) 01239-040 Vila Carmosina São Paulo
    (11) 2114 6077
    Site Pró-Figado
    Esta foi a clínica em que realizei o exame. Recomendo!
  • Centro de GenomasLaboratório Rua Leandro Dupre, 967 - CEP 04025-014 - São Paulo/SP
    (11) 5079-9593  
    Site Centro de Genomas

Rio de Janeiro

  • Hepatoscan Centro Médico Real Grandeza
    Rua Real Grandeza 108 – sala 118
    Botafogo - Rio de Janeiro
    (21)  2246-4601 e 9644-6938
    Site Hepatoscan
    email: contato@hepatoscan.com.br 
  • FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro Av. Erasmo Braga, 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro
    (21) 2333-2000
  • Hospital Universitário Pedro ErnestoBoul 28 Setembro, 77 - Vila Isabel  Rio de Janeiro
    (21) 2587-6100

Belo Horizonte

  • Hepscan
    Av. Luiz Paulo Franco, 500 - loja 11/ Piso 2P - Belvedere - Belo Horizonte - MG
    (31) 3286-3223
    email: clinicahepscan@gmail.com
    Site Hepscan

Se você conhece mais algum local que realiza esse exame e não está listado, por favor compartilhe conosco nos comentários abaixo. Agradeço ao leitor Daickson que enviou a indicação da clínica Hepscan em Belo Horizonte.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

CARGA VIRAL < 15UI/ml NA SEMANA 4


Carga viral menor de 15 UI/ml na semana 4 é altamente preditiva da possibilidade de cura nos infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C

Resultados finais do estudo POTENTE realizado no Brasil


O tratamento padrão dos infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C continua a ser o interferon peguilado e a ribavirina. A Resposta Virológica Rápida - RVR, que é quando na semana 4 do tratamento o vírus se encontra indetectável, é o sinal da possibilidade de um maior sucesso com o tratamento. 

O estudo POTENTE realizado no Brasil explorou de forma prospectiva os fatores preditivos da RVR entre um grande número de pacientes infectados com os genótipos 2 e 3 para determinar qual o valor preditivo da RVR para conseguir a cura da doença. Todos os pacientes foram tratados com interferon peguilado alfa-2a e ribavirina durante 24 semanas. Os pacientes que não alcançaram a RVR na semana 4 do tratamento foram divididos para receber tratamento com duração de 24 ou 48 semanas, incluídos em um novo estudo denominado NCORE. A RVR na semana 4 foi definida como quando o vírus se encontra indetectável se estiver abaixo das 15 UI/ml, determinado pelo teste COBAS Roche ® AmpliPrep / COBAS TaqMan ® HCV. 

Um total de 262 pacientes foi incluído no estudo, 25% deles apresentavam cirrose ou transição para cirrose. A carga viral média era de 6,55 log. Todos os pacientes receberam semanalmente uma dose de interferon peguilado alfa-2a e ribavirina conforme o peso, em dosagem de 800, 1.000 ou 1.200 mcg/dia. 

Um total de 57% dos pacientes obteve a RVR na semana 4 do tratamento. Entre os pacientes que se encontravam indetectáveis na semana 4 (RVR), 85% deles resultaram curados (resposta sustentada seis meses após o final do tratamento). 

Os efeitos colaterais de maior frequência que aconteceram nos pacientes foram dor de cabeça em 26% dos pacientes, febre (temperatura acima dos 36 a 37,4 °C) em 20% dos pacientes, cansaço generalizado e falta de energia em 16% dos pacientes, dores musculares em 16%, e diminuição do apetite em 16% dos pacientes. Em 5% dos pacientes aconteceram efeitos adversos mais graves. Em geral o tratamento foi bem tolerado. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
HCV RNA menor de 15 UI/ml at week 4 is highly predictive of SVR among HCV G2/3 patients receiving peginterferon alfa-2a/RBV: Final results from POTENTE study - H. Cheinquer, C.G.d.F. Mendes, M.P.J.S. Lima, M.L. Ferraz, E.R. Parise, F. Ruiz, F.L. Gonçales Jr., T. Reuter, M.C. Mendes-Corrêa, A. Ferreira, F.S.B. de Araújo, M.A. Costa, A.D.L.C. Martinelli, E.G. Marins - EASL 2012 - Abstract 1098 


Carlos Varaldo

quinta-feira, 12 de abril de 2012

                                          Espero em breve estar em condições de exercer minhas atividades!

MEU MEDO

Hoje pela manhã recebi meu primeiro lote de Ribavirina e de Interferon peguilado e, domingo à noite, começo o meu tratamento. Serão 48 semanas , e o medo dos efeitos colaterais é maior que o medo de ter HCV.
Conto somente comigo para essa missão e a apreensão é grande, a ponto de tirar o sono.
Já conversei com vários portadores de HCV, alguns nada sentiram durante o tratamento, outros tiveram reações das mais variadas, como cegueira temporária, confusão mental, agressividade e por aí vai...
Fui aconselhado por alguns a não fazer a aplicação, deixando isso a cargo de um parente próximo, pois na hora da mesma o "tombo é feio"
Espero que Deus tenha compaixão deste blogueiro para que eu não tenha reação alguma, ou que ao menos elas sejam leves.
Vamos em frente agora: dia escolhido, hora marcada e que a vontade de Deus seja feita.

FIBROSCAN x BIÓPSIA HEPÁTICA



O Fibroscan (elastografia transitória) pode substituir a biopsia hepática?


Conhecer o grau de fibrose em indivíduos infectados com as hepatites B e C é fundamental para determinar a progressão da doença e indicar a necessidade de iniciar o tratamento. A elastografia transitória, conhecida comercialmente como Fibroscan é um método não invasivo promissor para determinar o grau de fibrose, podendo na maioria dos casos substituir a necessidade de realizar uma biopsia do fígado. 

Estudo publicado na revista Liver International comprovou que existem diferenças no resultado apresentado pelo Fibroscan entre as hepatites B e C que devem ser levadas em consideração. 

No estudo foram incluídos 125 pacientes com hepatite B e 116 com hepatite C. Todos realizaram o Fibroscan e imediatamente a seguir uma biopsia, para efeito de comparação dos resultados. Todas as amostras das biopsias eram consideradas grandes, com mais de 25 milímetros. 

Nas biopsias foi relacionado o estágio da fibrose de acordo com a escala Metavir, a esteatose e o ferro. Fatores independentes, como sexo, idade, massa corporal, ingestão de álcool, níveis das transaminases, contagem de plaquetas, carga viral e genótipo também foram considerados na analise dos dados. 

Os resultados mostram que quando a fibrose é igual ou maior que F2, em 85% dos infectados com hepatite B e em 76% dos infectados com hepatite C os dois métodos, Fibroscan e biopsia, apresentam resultados iguais. Na fibrose igual ou maior que F3 a segurança nos resultados foi de 91% na hepatite B e de 87% na hepatite C. Na presença de cirrose (F4) a segurança no resultado foi de 90% na hepatite B e 91% na hepatite C. 

Os resultados de corte no Fibroscan, conforme o grau de fibrose, foi de 6,0 kPa na hepatite B e 5,0 kPa na hepatite C para os casos de fibrose igual ou maior que F2. Os valores para os casos iguais ou maior que F3 foram 9,0 kPa na hepatite B e 8,0 kPa na hepatite C. Na presença de cirrose o valor de corte no Fibroscan foi de 13,0 kPa para as duas hepatites. 

Após cruzamento e revisão dos resultados, concluem os autores que para o diagnostico de estágios de fibrose inferiores a F2 pelo Fibroscan, o resultado apresentado pode ser maior que a realidade, induzido pela inflamação. Para graus de fibrose iguais ou maiores que F3 o desempenho do Fibroscan é bom, tanto na hepatite B como na hepatite C. 

MEU COMENTÁRIO 

Realmente o Fibroscan consegue uma assertividade muito boa, podendo substituir a biopsia em muitos casos,. Por ser um método não invasivo e rápido de realizar pode ser repetido quantas vezes for necessário para acompanhar a evolução do dano hepático. 

Mas existem casos, a critério do profissional médico, nos quais a biopsia será sempre necessária, continuando a ser o padrão ouro na avaliação do estado do fígado. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Evaluation of transient elastography for fibrosis assessment compared with large biopsies in chronic hepatitis Band C - Verveer, Claudia; Zondervan, Pieter E.; ten Kate, Fibo J. W.; Hansen, Bettina E.; Janssen, Harry L. A.; de Knegt, Robert J. - Liver International, Volume 32, Number 4, 1 April 2012 , pp. 622-628(7) 


Carlos Varaldo

CONHECENDO A HEPATITE C

terça-feira, 10 de abril de 2012

HEPATITE C

RELAÇÃO ENTRE A DEPRESSÃO E HEPATITE C



Relação entre depressão e hepatite C


Pessoas com hepatite C têm mais chances de desenvolver quadros depressivos. É conhecido que o vírus da hepatite C pode afetar o sistema nervoso central em alguns infectados, mas será esse o principal culpado pela depressão? 

Muitos indivíduos alegres, sem maiores problemas de relacionamento social, quando recebem o diagnostico de "hepatite C crônica" mudam de forma substancial seu comportamento. 

Restrições com a alimentação, em especial com as bebidas alcoólicas, resistência a tomar medicamentos, medo do futuro, complicações naturais da doença, infinidade de exames, medo de transmissão do vírus, entre várias outras causas, levam alguns indivíduos a um quadro depressivo. Não é uma situação exclusiva que atinge somente os infectados com hepatite C, situação semelhante acontece nas pessoas quando são diagnosticadas com uma grave doença crônica. 

Quando na comunicação do diagnostico de uma doença pouco conhecida e sem maiores explicações por parte do médico é colocada à palavra "crônica" a maioria dos pacientes fica perplexo, associando a palavra crônica com a gravidade da doença que foi encontrada. 

Estando em acompanhamento ou tratamento da hepatite C a depressão contribui para um menor desempenho no trabalho, afetando o comprometimento profissional. Uma pessoa deprimida, ao igual que todo mundo depende do salário, assim, como as pessoas não deixam de trabalhar elas estarão no local de trabalho, mas por momentos é como se não estivessem presentes, não conseguem se concentrar, não conseguem produzir. Profissionais de relações humanas chamam isso de presenteísmo. 

A especialização da medicina trouxe muitos benefícios no tratamento das doenças, mas está sendo perdida a visão geral do ser humano. Um médico especialista no tratamento da hepatite C será que consegue diagnosticar corretamente sinais de depressão? Pode perceber pequenas mudanças no comportamento do paciente na vida social ou profissional durante os poucos minutos que dura uma consulta? 

É evidente que tratar a depressão resultará em um melhor tratamento da hepatite C. Um paciente com depressão certamente terá um menor cuidado com sua saúde e menor adesão ao tratamento, deixando de tomar os medicamentos nas dosagens e horários indicados. 

Pessoas com depressão geralmente escondem os próprios sintomas, até da própria família. Não sabendo como lidar com a mudança no comportamento, não procurando tratamento para a depressão, um círculo vicioso começa a engolir a pessoa. Muitas vezes a porta de escape se transforma em uma fuga da realidade levando o indivíduo para o álcool ou as drogas. 

O acompanhamento por um psiquiatra é fundamental para combater de forma eficaz um quadro de depressão. Atualmente existem medicamentos altamente seguros e eficazes para seu tratamento. 

Carlos Varaldo

domingo, 8 de abril de 2012

TRATAMENTO DA ESTEATOSE(GORDURA NO FÍGADO)


Tratamento da esteatose (gordura no fígado)


Atualmente a esteatose (depósitos de gordura no fígado) não causada pelo abuso de bebidas alcoólicas é uma das causas mais comuns de doença hepática crônica. 

Indivíduos com esteatose apresentam alta possibilidade de desenvolver co-morbidades, como hipotireoidismo, diabetes e síndrome metabólica. Na medicina é conhecida como Doença hepática gordurosa não alcoólica, representada internacionalmente pela sigla "NAFLD". Ela pode englobar conforme sua progressão e gravidade uma esteatose simples, uma esteato-hepatite (NASH), uma fibrose avançada ou uma cirrose. 

Não existem medicamentos para tratar a esteatose e as recomendações estão baseadas em alterações no estilo de vida, dieta para manter o peso ideal e atividades físicas. Medicamentos para reduzir a resistência à insulina podem ser receitados, mas os resultados são controversos. Outras abordagens de tratamento incluem dietas especiais e utilização de antioxidantes e hepatoprotetores. 

Antioxidantes e hepatoprotetores são considerados pela medicina como terapias alternativas. Um medicamento é um produto estandardizado, isto é, contém exatamente tantos miligramas de determinado principio ativo e como foi submetido a ensaios clínicos com milhares de pacientes se conhece a segurança e eficácia na utilização da dosagem. Já o se utilizar uma erva, um suco ou um chá é impossível se conhecer qual a quantidade de principio ativo que existe, por tanto o paciente pode estar ingerindo uma baixa dosagem ou uma super dosagem do principio ativo, isso impede "receitar" com confiança e segurança a utilização dessas alternativas, cabendo ao próprio paciente extrema moderação na sua utilização. 

Uma das alternativas mais antigas utilizada há mais de 2.000 anos no tratamento de distúrbios do fígado é o "Silybum Marianum" também conhecido popularmente como Cardo de Leite, Milk Thistle o Leberschutz, com estudos controversos sobre as propriedades hepatoprotetoras, antioxidantes, de redução na produção de radicais livres e peroxidação lipídica, na atividade antifibrótica e, na redução das enzimas hepáticas, na melhoria das células estreladas, na indução da apoptose de células estreladas e, ainda, na degradação dos depósitos de colagénio.


Cardo de Leite, Milk Thistle o Leberschutz

Mas todas as propriedades são controversas, pois a maioria dos estudos utilizou a propria planta o que impossibilitou a realização de estudos comparativos para confirmar os resultados encontrados. Atualmente já existe a silymarina na forma de medicamento oral e o silibin na forma injetável. Estudos estão sendo realizados e eles poderão dar comprovação, ou não, científica das suas propriedades. 

Assim mesmo, ante a falta de medicamentos específicos, a silymarina é a recomendação mais utilizada para indivíduos com esteatose não alcoolica. Mas de nada adianta a silymarina se o estilo de vida não for modificado. Em indivíduos obesos e/ou sedentarios a primeira recomendação deve ser dieta para conseguir uma redução do peso, evitar bebidas alcoolicas e a realização de atividades físicas aeróbicas cinco dias por semana com duração mínima de 30 minutos cada. 

A utilização da silymarina ou outros tratamentos alternativos pode ser benéfica, mas sempre deve ser um tratamento "complementar", nunca como único tratamento da esteatose não alcoolica. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Milk thistle for treatment of nonalcoholic fatty liver disease - Ludovico Abenavoli, Gabriella Aviello, Raffaele Capasso, Natasa Milic, Francesco Capasso - Hepatitis Monthly - 2011;11(3):173-177 


Carlos Varaldo


REGISTRO DE EFEITOS COLATERAIS E ADVERSOS NO TRATAMENTO COM TELAPREVIR OU BOCEPREVIR




Registro de efeitos colaterais e adversos no tratamento com Telaprevir ou Boceprevir


O Grupo Otimismo está criando um e-mail especifico para que os pacientes que estejam em tratamento da hepatite C utilizando um dos inibidores de proteases Boceprevir (Victrelis) ou Telaprevir (Incivek ou Incivo) possam relatar os efeitos colaterais e adversos que acontecem, observados pelos próprios pacientes. 

É de fundamental importância tal tipo de relato para conhecer a verdadeira segurança dos medicamentos. Os dados serão totalizados e mantidos em total sigilo. Em caso de publicação, alertas ou denuncias somente a totalização dos casos serão mostrados, mantendo nomes e e-mails daqueles que enviarão as informações em total sigilo. 

O Boceprevir (Victrelis) e o Telaprevir (Incivek ou Incivo) apresentam novos efeitos adversos e colaterais, muitos deles ainda desconhecidos e diferentes dos observados nos ensaios clínicos. Quando utilizados nas mais diversas situações em grande número de pacientes ou por médicos não suficientemente preparados para um correto acompanhamento, situações inesperadas poderão suceder. 

Os inibidores de proteases são excelentes medicamentos e chegam para provocar uma revolução no tratamento da hepatite C duplicando a possibilidade de cura, mas se por imprudência do paciente, falta de conhecimento do médico, mau manejo dos efeitos adversos ou, por falta de acompanhamento por uma equipe multidisciplinar problemas graves acontecerem, corremos o perigo de serem retirados do mercado. Deus nos livre de provocarem mortes! 

Por isso, passa a ser importante que todos aqueles que venham a realizar tratamento utilizando um dos novos medicamentos relatem o que está acontecendo no organismo. 

O endereço de e-mail para relatar efeitos adversos e colaterais que acontecem em pacientes em tratamento com os novos medicamentos é o seguinte: relatos@hepato.com 

Se observarmos um quadro grave de efeitos adversos, quem relatar a ocorrência será imediatamente alertado por e-mail. 


O porquê da necessidade do paciente relatar o que acontece durante o tratamento?


Está sendo vergonhoso, alarmante e preocupante o que está acontecendo com as próteses de silicone. A ANVISA recebeu 39 queixas de ruptura dos implantes e 55 de outros efeitos adversos. Em todos os casos as reclamações vieram de pacientes. Não houve uma só notificação de médicos, mesmo quando antes de reclamar na ANVISA as pacientes reclamaram com o médico. Pior, a ANVISA não tomou nenhuma providencia sobre as queixas dos pacientes. 

Continua o jornalista Elio Gaspari relatando que a ANVISA recebe anualmente 650.000 queixas de pacientes e apenas 200 notificações de profissionais, 

Vemos então que a vigilância sobre problemas causados por medicamentos deve a cada dia passar a ser exercida pelos próprios pacientes, com maior participação no controle de seu tratamento. 

Carlos Varaldo

A CURA DA HEPATITE C NAS CRIANÇAS



A cura da hepatite C nas crianças


Estudos de longo prazo em adultos indicam que resposta virológica sustentada, considerada a cura permanente da hepatite C, após a realização do tratamento com interferon e ribavirina é permanente, demonstrando que após 10 anos do final do tratamento entre 98% e 99% dos pacientes continua se encontrando livre do vírus no organismo. 

O tratamento da hepatite C em crianças teve nos últimos anos a aprovação da utilização do interferon peguilado, mas por tal recomendação ser relativamente recente não existe ainda um acompanhamento por longo período desses pacientes e somente estudos que compreendam períodos maiores de observação podem ser realizados com crianças que foram tratados com o interferon convencional e a ribavirina. 

O "Journal of Viral Hepatitis" acaba de publicar um estudo de seguimento por cinco anos de crianças tratados com interferon alfa-2b e ribavirina. Foi possível acompanhar anualmente, durante cinco anos, após a confirmação da carga viral indetectavel aos seis meses do final do tratamento, 97 crianças de um total de 147 que receberam tratamento na época. 

Das 97 crianças que completaram o acompanhamento, 56 tinham conseguido a resposta sustentada após o tratamento e 41 não obtiveram sucesso com o tratamento. 

No período de cinco anos somente 1 paciente, infectado com o genótipo 1 apresentou recidiva do vírus com o mesmo genótipo, demonstrando que 98% dos que conseguiram estar indetectáveis após os seis meses de tratamento conseguiram a cura permanente da infecção. 

Os pesquisadores observaram que as crianças tratadas com interferon e ribavirina apresentaram um crescimento ligeiramente menor na altura logo após o tratamento, mas recuperando praticamente o crescimento normal aos cinco anos após, significando que o tratamento prejudicou ligeiramente o crescimento, mas não de forma permanente. 

Nos cinco anos de seguimento 5 crianças apresentaram efeitos adversos graves, mas nenhum deles foi atribuído a exposição aos medicamentos utilizados durante o tratamento da hepatite C. 

Concluem os autores que resultados de longo prazo, similares aos do presente estudo são esperados com a utilização mais recente do interferon peguilado no tratamento da hepatite C em crianças. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Durability of sustained response shown in paediatric patients with chronic hepatitis C who were treated with interferon alfa-2b plus ribavirin - Kelly, D; Haber; González-Peralta, R; Murray, K; Jonas, M; Molleston, J; Narkewicz, M.; Sinatra, F.; Lang; Lachaux ; Wirth; Shelton; Te, H.; Pollack; Deng; Noviello; Albrecht, J.- Journal of Viral Hepatitis, Volume 19, Number 4, 1 April 2012 , pp. 263-270(8) 


Carlos Varaldo

sábado, 17 de março de 2012

NOVA E MILAGROSA DROGA NA RÚSSIA PARA TRATAMENTO DA HEPATITE C



Nova e milagrosa droga na Rússia para tratamento da hepatite C


Cuidado com anúncios jornalísticos, digo isso porque não existe uma publicação científica sobre o escrito nos jornais sobre o Profetal. Já estou acostumado com as grandes invenções que depois não passam de uma simples entrevista jornalística.

O artigo completo, em inglês, nada fala em resposta sustentada (cura). Eles falam em não detecção do Anti-HCV. Isso nunca será possível em nenhuma doença viral, pois os anticorpos são um marcador que somente indicam que o indivíduo teve contato com o vírus. O que interessa é a carga viral indetectável e sobre isso nada falam no artigo.

Por outro lado eles falam que a hepatite C não tem cura atualmente????? E ao final do artigo dão a entender que o interferon deve ser utilizado após a aplicação do Profetal. Não deu para entender.

O Profetal, esse é o nome do tal medicamento, é a alfa-feto-proteína, que é um marcador de câncer e eles dizem que a sintetizaram.

Profetal está sendo vendido lá há muitos anos como uma panacéia para quase tudo, mas o Profetal nunca foi aprovado na Rússia para qualquer doença.

Não há informações sobre Profetal de quaisquer fontes confiáveis, em absoluto.

Vamos aguardar, pois é normal a Rússia inventar notícias para vender medicamentos não testados nem eficazes com o único efeito de tirar dinheiro dos incautos ou ansiosos. Não devemos criar expectativas que depois nunca se confirmam.

Carlos Varaldo

ACRESCENTAR VITAMINA D AJUDA A CURAR 95% DOS INFECTADOS COM OS GENÓTIPOS 2 E 3 DA HEPATITE C



Acrescentar Vitamina D ajuda a curar 95% dos infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C


INTRODUÇÃO

A possibilidade de cura da hepatite C nos infectados com os genótipos 2 e 3 em tratamento com interferon peguilado e ribavirina oscila segundo diversos estudos entre 74% e 77%. Porém, em pacientes de pele negra ou descendentes de hispânicos a taxa de cura é ainda menor, de somente 57%.

Em função dessa diferença recentes estudos têm abordado a questão da melhoria do hospedeiro (o organismo do paciente) utilizando a Vitamina D que é um potente imunomodulador que favorece a imunidade. Níveis baixos de Vitamina D, inferiores a 20 ng/ml impedem os macrófagos de iniciar a resposta imune inata.

Para absorção da Vitamina D pelo organismo é necessária a exposição ao sol, como indivíduos de peles mais escuras absorvem menos raios solares que os indivíduos brancos, os de pele preta e os hispânicos são deficientes em Vitamina D, ficando mais propensos a contrair infecções virais e tuberculose do que os brancos caucasianos. Além disso, a Vitamina D melhora a sensibilidade à insulina e melhora as células CD4. A deficiência de Vitamina D é muito comum entre os pacientes com doenças que atacam o fígado, pelo menos um terço delas sofre de grave deficiência de Vitamina D, com níveis inferiores a 12 ng/ml.

O teste de sangue para se conhecer o nível de Vitamina D é o "25-hidroxi-vitamina D"

A PESQUISA NOS GENÓTIPOS 2 E 3

50 pacientes infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C foram divididos em 2 grupos. Um recebeu tratamento com interferon peguilado e ribavirina e o segundo grupo recebeu além do interferon peguilado e ribavirina a Vitamina D.

A Vitamina D administrada era de uso oral, na dosagem de 2.000 UI ao dia, iniciando 12 semanas antes do tratamento com o interferon peguilado e ribavirina, para alcançar um nível de 32 ng/ml e mantendo a Vitamina D durante todo o tratamento. Nenhum efeito adverso ou colateral causado pela Vitamina D foi observado.

O grupo que recebeu a Vitamina D apresentava um maior percentual de pacientes com IMC (massa corporal) e carga viral elevada que o grupo tratado somente com interferon peguilado e ribavirina, o que supostamente deveria apresentar menor resposta terapêutica devido às características dos pacientes.

Porém o resultado surpreende!

Após 24 semanas do final do tratamento o grupo tratado com interferon peguilado e ribavirina (sem Vitamina D) obteve 77% de pacientes curados. Já no grupo tratado com interferon peguilado, ribavirina e Vitamina D obtiveram 95% dos pacientes curados.

Sim, está escrito corretamente, o percentual de pacientes que obtiveram a cura quando utilizada também a Vitamina D foi de extraordinários 95% dos infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C.

MEUS COMENTÁRIOS

Muito já escrevi sobre os benefícios da hepatite C no tratamento do genótipo 1 e, agora com a comprovação dos benefícios que consegue aportar nos infectados com os genótipos 2 e 3 fica mais que evidente que não testar os níveis de "25-hidroxi-vitamina D" e não utilizar a Vitamina D durante o tratamento se os níveis são inferiores a 32 ng/ml é desperdiçar uma maior possibilidade de cura da hepatite C, em qualquer dos genótipos.

Os que estiverem interessados no artigo completo (em inglês) o mesmo está publicado na integra em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3286143/

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Vitamin D improves viral response in hepatitis C genotype 2-3 naïve patients - Nimer A, Mouch A. - World J Gastroenterol. 2012 Feb 28;18(8):800-5.


Carlos Varaldo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

19 DE MAIO DE 2012 - DIA NACIONAL DE TESTAGEM DA HEPATITE NOS ESTADOS UNIDOS


19 de maio de 2012 - Dia Nacional de testagem da hepatite nos Estados Unidos


No dia 28 de julho de 2011 em cerimonia realizada na Casa Branca o CDC (Centro de Controle de Doenças) anunciou o "Plano de Ação para Prevenção, Cuidados e Tratamento das Hepatites Virais" estabelecendo metas quantitativas ano a ano, para atingir os objetivos de saúde da população estabelecidos para o ano de 2020.

Para atingir os objetivos foi estabelecido que independente de a OMS ter decretado o Dia Mundial da Hepatite em 28 de julho, em respeito ao movimento social o mês de maio de cada ano passa a ser o mês da conscietização das hepatites e, no dia 19 de maio próximo será realizado em todo o país uma campanha de diagnosticos na população.

Entre as metas do Plano de Ação devemos destacar quatro de seus objetivos:

1 - Aumentar o diagnóstico na hepatite B de 33% para 66%;

2 - Aumentar o diagnóstico na hepatite C de 45% para 66%;

3 - Reduzir em 25% os novos casos de hepatite C;

4 - Eliminar a transmissão vertical da hepatite B.


Parabéns ao governo dos Estados Unidos em decidir enfrentar a maior epidemia que atualmente existe ao se comprometer com um plano de ação onde constam não somente os desafios, mas principalmente as metas quantitativas a serem alcançadas.

Colocar metas quantitativas é sinal de seriedade, pois é mediante elas que é possível se alocar recursos no orçamento da saúde. Quando um governo apresenta um programa sem metas quantitativas isso não passa de uma carta de intenção, de um discurso político para simplesmente empurrar o problema com a barriga e enganar a sociedade. Lamentavelmente isso acontece na maioria dos países.

Os interessados em uma leitura do excelente plano de ação dos Estados Unidos podem o aceder (em inglês) em http://www.hhs.gov/ash/initiatives/hepatitis/actionplan_viralhepatitis2011.pdf

Se a resolução da OMS fosse uma coisa realmente seria, deveria adaptar o texto dos Estados Unidos a realidade mundial e o assumir como obrigatoriedade para ser implementada.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, com informações do CDC encontradas em: http://www.cdc.gov/Hepatitis/HepatitisTestingDay.htm

Carlos Varaldo

COMO A HEPATITE C PODE SE TRANSMITIR NA ATUALIDADE?


Como a hepatite C pode se transmitir na atualidade?


Ao se falar sobre a possibilidade de alguém se infectar com o vírus da hepatite C é necessário falar em datas especiais, nas quais aconteceram mudanças que alteram as formas de transmissão da doença e que modificam a epidemiologia e conseqüentemente, as possibilidades de uma pessoa se infectar nos dias de hoje é muito diferente que no passado.

A hepatite C somente foi descoberta em 1989 e durante os anos seguintes não existia um exame que pudesse identificar o vírus, até que em 1992/1993 surge um teste de anticorpos conhecido como anti-HCV com o qual foi possível testar se o sangue utilizado em transfusões estava infectado.

Assim, antes de 1993 quem recebeu sangue ou seus derivados possuía uma grande possibilidade de ser infectado com a hepatite C, acontecendo nas décadas de 70 e 80 a maioria das infecções que hoje afetam a maioria dos portadores.

A partir de 1993 a transmissão de o vírus poder acontecer numa transfusão de sangue se reduz grandemente, mas não totalmente, pois ainda fica a chamada janela imunológica durante a qual o resultado do exame pode dar negativo, mas realmente esse sangue por ser uma pessoa infectada recentemente transmitira a doença a quem receber seu sangue ou seus derivados. Foi à primeira mudança naquilo que era a maior forma de contagio. Hoje um teste de nome NAT reduz a janela imunológica para poucos dias, tornando o sangue muito mais seguro.

Mas a transmissão continuava, até que na mesma década de 90 e já entrando nos anos 2000 começa a mudar as formas possíveis de transmissão ainda existentes, isso passa quando a epidemia da AIDS passou a contribuir enormemente no controle da hepatite C. Por pressão dos grupos de AIDS e pelo terror que tal doença apresentou a população, instrumentos como seringas de injeção de vidro deixaram de ser utilizadas, passando a se utilizar as descartáveis. Também a vigilância sanitária passou a determinar normas mais severas de esterilização de instrumentos utilizadas em procedimentos invasivos.

Nas décadas de 90 e na primeira década de 2000 a transmissão continuou entre usuários de drogas injetáveis. Os programas de redução de dano implementados pelos governos focaram a atenção somente na AIDS, esquecendo-se da hepatite C. Não avaliaram a sobrevida do vírus da hepatite C, de até três dias numa seringa infectada, e aquilo que foi sucesso controlando a transmissão da AIDS infectou, conforme alguns estudos, até 70% dos usuários de drogas injetáveis com a hepatite C. Até agora ninguém foi culpado por tal erro estratégico.

Com os erros do passado muito se aprendeu e com isso os novos infectados com hepatite C são poucos quando comparados em relação ao número total de infectados cronicamente, de 170 milhões de pessoas no mundo, cinco vezes maior que os infectados pela AIDS.

Hoje muitos confundem diagnostico de casos crônicos com novos infectados. Quando se coloca que a hepatite C está crescendo porque aumentou o número de casos diagnosticados isso não significa que a epidemia está se alastrando, pois maioria desses casos diagnosticados é referente aos infectados antes de 1993. O que está aumentando é o diagnostico dos indivíduos infectados anos atrás, não a propagação da epidemia.

Apesar do aumento dos casos diagnosticados, ainda, 80% dos infectados do mundo ainda não foram encontrados, esses indivíduos permanecem ignorando que um vírus está silenciosamente, sem qualquer sintoma, destruindo seu fígado, o levando para a cirrose, um câncer e, inevitavelmente a morte.

Enquanto governos atuem sem a devida responsabilidade de alertar a população sobre a necessidade de realizar o teste das hepatites as mortes irão aumentar. No Brasil estimativas indicam que existam entre 3 e 4 milhões de infectados com a hepatite C, menos de 200 mil foram diagnosticados.

Pior ainda, faz mais de dois anos que as hepatites estão incorporadas no programa de AIDS do ministério da saúde, mas o que se continua a ver é que praticamente todos os esforços nas campanhas são dirigidos para a AIDS, tal qual está acontecendo com a atual campanha do carnaval onde a hepatite C foi, mais uma vez, solenemente ignorada.

Carlos Varaldo

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

URGENTE - HEPATITE C JÁ MATA MAIS QUE A AIDS


URGENTE - Hepatite C já mata mais que a AIDS
O governo dos Estados divulgou um alerta por meio do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) informando que as mortes causadas pela hepatite C já ultrapassam as causadas pela AIDS.
A taxa de mortes pela AIDS vem caindo, enquanto as mortes causadas pela hepatite C estão aumentando e, a partir de 2007 as mortes causadas pela hepatite C superam as causadas pela AIDS.
Em artigo publicado hoje, 21 de fevereiro, na “Annals of Internal Medicine” um estudo financiado pelo CDC, coordenado pela Dra. Kathleen Ly analisando atestados de óbitos nos Estados Unidos entre os anos de 1999 e 2007, foram confirmadas 12.734 mortes causada pela AIDS e 15.106 por causa da hepatite C no ano de 2007.
Alertam os autores que certamente os números representam apenas uma fração da morbidade e mortalidade na hepatite C, já que por falta de diagnostico da doença a maioria das pessoas não sabem que estão infectadas e no atestado de óbito a causa da morte é atribuída a complicações, não a aquilo que realmente a ocasionou.
Nas 15.106 mortes causadas pela hepatite C nos Estados Unidos, 73,4% aconteceram em pessoas com idade entre 45 e 64 anos.
Desculpem enviar está notícia em pleno feriado de carnaval, mas é necessário para que as autoridades de saúde pública atentem para o grave problema que é a hepatite C. Apesar de que a hepatite C é cuidada no Brasil pelo Departamento DST/AIDS/Hepatites é lamentável ver que a campanha de carnaval que está sendo amplamente divulgada neste momento somente fala na AIDS, ignorando que a hepatite C, a qual atinge sete vezes mais brasileiros que a epidemia de AIDS.
Até quando o ministério da saúde vai tentar esconder a hepatite C debaixo do tapete é um mistério. Até quando vai deixar morrer na ignorância os mais de três milhões de brasileiros infectados, dos quais mais de 90% não sabem que estão perdendo a vida e estão progredindo para a cirrose, o câncer e a morte é outra incógnita. É necessário que a população fique indignada antes que seja tarde demais para salvar essas vidas.
Carlos Varaldo

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

QUEM PODERÁ PERDER OU GANHAR COM OS NOVOS MEDICAMENTOS PARA TRATAMENTO DA HEPATITE C

Quem poderá perder ou ganhar com os novos medicamentos para tratamento da hepatite C


O tratamento da hepatite C incorporou dois novos medicamentos em 2011, os inibidores de proteases Boceprevir e Telaprevir. Se as pesquisas não enfrentarem problemas é provável que nos próximos três anos sete novos medicamentos cheguem ao mercado.

Já em 2014 ou mais tardar em 2015 pode se estimar que quatro medicamentos que se encontram na fase 3 ou em condições a entrar nessa fase deverão estar disponíveis. Entre os que poderão chegar ao mercado podemos citar o DEB025 (Alisporivir), o BMS-790052 (Daclatasvir), o BMS-824383, o TMC435 e o GS-7977. (Ontem a Gilead divulgou que o GS-7977 combinado a ribavirina não se mostrou efetivo no retratamento de pacientes nulos de resposta a um tratamento anterior, mas isso certamente não vai paralisar os estudos).

Outros com boas possibilidades para o tratamento se encontram um pouco atrás na corrida para chegar ao mercado, conforme pesquisas da Roche, da Abbot, Novartis, Merck, Vertex e outras empresas farmacêuticas.

Fica evidente que em curto prazo, no máximo em cinco anos, as perspectivas de cura para os infectados com todos os genótipos da hepatite C são formidáveis, pois estarão disponíveis tratamentos com resposta terapêutica em muitos casos de 100%, com menos efeitos colaterais e com menor duração da terapia. Resultado: Os infectados serão os grandes beneficiados, os grandes ganhadores dessa corrida realizada pelas empresas farmacêuticas em procura de medicamentos a cada dia de maior efetividade.

Já para as empresas o panorama que parece ser fantástico quando se sabe que até 170 milhões de pessoas no mundo estão à espera de tratamentos eficazes, um mercado estimado em dezenas de bilhões de dólares poderá ficar enormemente fracionado devido à concorrência entre os diversos medicamentos. Uma verdadeira guerra de marketing certamente vai acontecer para dominar o mercado. Isso resultará em maior investimento por parte das empresas para divulgar os produtos e ao mesmo tempo vai ocasionar uma redução nos preços, o que poderá afetar os lucros.

Um terceiro panorama que não pode deixar de ser observado é o das empresas de analises do mercado acionário, as quais recomendam aos investidores sobre o futuro do valor das ações e os dividendos que podem ser esperados.

Vamos observar compras e fusões entre as empresas que estão de olho no mercado da hepatite C. A Pharmasset foi adquirida pela Gilead por 11 bilhões de dólares e a Bristol-Myers Squibb comprou Inhibitex por 2,5 bilhões de dólares. Ainda é estimado pelo mercado de investidores que empresas de menor porte como a Achillion e a Idenix deverão ser adquiridas antes do final de 2012.

Pessoalmente posso estimar que o mercado futuro de faturamento com medicamentos para tratamento da hepatite C não é assim tão grande como as empresas e analistas do mercado estão prevendo, pois a estimativa de 170 milhões de infectados não significa na necessidade de tratamento para eles.

Um dado importantíssimo que não está sendo considerado é que no mundo mais de 80% dos infectados ainda nem sequer suspeitam que estejam doentes. Não estão considerando que para poder tratar um paciente o primeiro passo é encontrar o doente. Diagnosticar os infectados poderá levar décadas se os governos continuarem a muito pouco fazer para dar visibilidade às hepatites. Continuar a tratar a hepatite C como a prima pobre da AIDS é esconder o problema abaixo do tapete.

Assim como os infectados serão os grandes ganhadores com os novos medicamentos posso prever que muitos inversores em ações e as próprias empresas farmacêuticas não terão o retorno esperado, sendo esses os grandes perdedores. É necessário enxergar a realidade da epidemia como um todo e não somente pelo número de infectados.

Casualmente hoje recebi um e-mail de uma das mais antigas ativistas pelos direitos dos infectados, protestando sobre a falta de visibilidade das hepatites na campanha de carnaval que o Departamento DST/AIDS/Hepatites está realizando no Brasil, onde a hepatite foi solenemente ignorada (somente após o carnaval será recomendado fazer o teste se alguém praticou sexo sem proteção). A pessoa, corretamente indignada com a falta de campanhas que alertem sobre as hepatites escreveu:


As Hepatites Não Tem Lugar em NENHUM LUGAR a não ser nas promessas que cansamos de ouvir!


E foi essa frase que me fez escrever sobre o futuro dos medicamentos e os tratamentos que estão por chegar. Os novos medicamentos poderão beneficiar muitos poucos infectados se as hepatites não tem o lugar que merecem nas ações do governo.

Carlos Varaldo