Perspectivas do paciente sobre o tratamento da Hepatite C (PATH-C)
Nada melhor que ouvir a opinião dos pacientes que passaram por um tratamento da hepatite C para saber como é possível melhorar o atendimento. Conhecer a opinião do "outro lado da mesa" oferece uma serie de valiosas informações para formular novas estratégias de tratamento. Foi exatamente isso que pesquisadores da Califórnia, nos Estados Unidos, fizeram entrevistando 200 pacientes que realizaram tratamento no "Northern California Kaiser Permanente Medical Care Program" para aprender sobre suas experiências durante o tratamento e obter sugestões sobre onde é possível melhorar o atendimento. Os pacientes receberam tratamento entre os anos de 2008 e 2010, sendo todos tratados com interferon peguilado e ribavirina.
O grupo de entrevistados era formado por 63% de homens e 37% de mulheres. O genótipo 1 afetava 69% dos pacientes. Os pacientes eram atendidos durante o tratamento principalmente por enfermeiros ou clínicos farmacêuticos em 56% dos casos ou por um médico em 44% dos casos.
No total 17% interromperam o tratamento devido à efeitos adversos e colaterais. Quando solicitados a indicar os três aspectos mais difíceis do tratamento, 69% dos pacientes indicaram os efeitos colaterais físicos, 36% os efeitos colaterais mentais (de comportamento), e 22% o processo de aplicação da injeção de interferon peguilado. Entre todos os grupos, 26% incluem problemas para o desempenho no trabalho.
Mas apesar dos problemas, 70% dos que não obtiveram sucesso com o tratamento disseram que vão tentar um retratamento.
Os membros da família foram úteis durante o tratamento para 80% dos pacientes, mas somente 26% relataram qualquer apoio por parte de colegas no trabalho ou dos superiores. 52% dos pacientes de pele branca (caucasianos) relataram ter recebido apoio dos amigos, contra 31% dos pacientes de pele negra e 29% dos hispanicos.
Ao serem perguntados sobre o profissional de saúde que preferem para serem atendidos durante o tratamento, 83% responderam que preferiam o atendimento por parte de um enfermeiro ou um farmacéutico, contra 59% que responderam preferir serem atendidos por um médico. A resposta provavelmente tem relação ao dialogo com o paciente, já que 94% responderam que sempre foram ouvidos atentamente quando estavam na frente de um enfermeiro ou farmacéutico, contra 74% que foram ouvidos atentamente pelos médicos.
Ao responderem sobre qual a avaliação de suporte que eles escolheriam, como provavelmente muito útil, o contato semanal pelo telefone com o profissional da saúde teve 81% das preferências, o acesso a uma nutricionista também teve 81% de preferência, o apoio teléfonico de outros pacientes que já passaram pelo tratamento teve 75% das preferências, a possibilidade de participar de algum grupo de apoio ficou com 72%, a troca de telefonemas com outros pacientes em tratamento foi preferência de 66% dos pacientes e o acesso vía internet com os profissionais de saúde que realizam o tratamento foi a preferência de 63% dos pacientes.
MEU COMENTÁRIO:
É crucial conhecer o que pensa o paciente, quais suas necessidades, angustias e ansiedades, como forma de melhorar o atendimento no tratamento da hepatite C.
Os resultados desta pesquisa são indicadores muito validos para se repensar a forma de relacionamento com o paciente, mas no fundo demonstram que programas de tratamentos multidisciplinares, o que não foi o caso dos pacientes pesquisado, atendem perfeitamente as necessidades e anseios dos pacientes para um atendimento digno e humano.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
AASLD 2011 - Final ID: 948 - Patient Perspectives About the Treatment of Hepatitis C (PATH-C) - M. Manos; R. C. Murphy; V. Shvachko. - Viral Hepatitis Registry, Kaiser Permanente Division of Research, Oakland, CA, United States.
Carlos Varaldo
Fonte: www.hepato.com
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