Tratamentos alternativos - Efeito placebo?
Ervas, vitaminas, chás, sucos, orações, Reiki, fé, alimentação, acupuntura, meditação, atividade física, ortomolecular, homeopatia e muitas outras "coisas" que podemos incluir entre aquilo que é considerado como "medicinas alternativas" podem curar uma doença?
É complicado e até impossível uma resposta correta já que qualquer alternativa provoca o chamado efeito placebo, quando o paciente está consciente do beneficio que pode outorgar, um mecanismo de ação sobre o organismo muito pesquisado.
Então a resposta terapêutica do efeito placebo seria uma adaptação e evolução no mecanismo de ação do organismo para conseguir a melhora ou cura de uma doença, atuando em diferentes níveis, seja ele o genético, o social ou o cultural. Por tal motivo considerar o placebo como um agente inerte é totalmente errado, porque sua administração produz um efeito, denominado precisamente efeito placebo.
Não se deve confundir o efeito placebo durante a pesquisa de um medicamento com o efeito placebo em um doente individual. Em pesquisas o efeito placebo é aquela pílula que pode ser o medicamento em investigação ou pode ser simplesmente agua com açúcar. O paciente não sabe o que esta tomando.
Quando um doente em cuidados médicos faz conjuntamente uma ação alternativa é consciente daquilo, estará observando seu efeito e por lógica estará ao mesmo tempo cuidando de forma mais acertada o tratamento e recomendações indicadas pelo seu médico. Dessa forma a alternativa está para somar, não para substituir o tratamento medicamentoso.
Quando se procura com uma alternativa maximizar a possibilidade de cura, o efeito placebo é contextual ao desencadear uma resposta reparadora do sistema funcional e imune do organismo. O provérbio latino "Mens Sana in Corpore Sano" pretende chamar a atenção para a união e complementaridade existente entre o corpo e a mente. Da mesma forma, o tratamento medicamentoso pode ser beneficiado por alguma alternativa se feita com critério e conhecimento do médico.
A alternativa pode aumentar o controle emocional do doente, tal qual o provérbio latino da mente sadia. Ignorar isso seria ignorar o efeito negativo do estresse psicológico que causa o diagnostico de uma doença crônica ou de uma desgraça familiar, quando se observa uma diminuição acentuada da resposta imunológica, endocrínica e da resposta a dor. Ao final, a notícia ruim que causou o desequilíbrio harmônico do organismo não foi um medicamento e sim um placebo, que por ser negativo produz o efeito "Nocebo", isto é, contrario ao que seria receber uma boa notícia.
Então, se a ciência aceita que o estresse que causa uma notícia ruim provoca alterações orgânicas que afetam a capacidade de reação do organismo o deixando mais vulnerável, porque não aceitar que os alternativos podem causar, como placebos, efeitos benéficos para o indivíduo?
Carlos Varaldo
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